sábado, 15 de dezembro de 2018

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Utopias

Não tenho tempo para mim. É um facto que de momento não consigo mudar. Tenho tempo (tenho de ter) para tudo o resto, mas o único tempo que disponho para mim resume-se à noite quando me vou deitar e nessa altura o cansaço já me domina e a paciência já se foi. Deito-me a pensar que amanhã vou conseguir arranjar meia hora, 20 minutos, para me dedicar a algo que me entusiasme, mas os dias correm mais ou menos da mesma forma e este momento meu é sucessivamente adiado. Em compensação a minha mente fervilha de projetos, de ideias, que gostaria de concretizar, acho mesmo que nunca tive um momento tão criativo como agora. A minha imaginação é um gigantesco Pinterest em movimento, como se minha falta de tempo se condensasse em ideias, prontas a surgir aqui e ali. E quanto menos tempo tenho, mais ideias vou tendo, numa espécie de auto-pirraça. Às vezes gostava de ser mais amiga de mim mesma... ou que os trabalho manuais dessem dinheiro.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Exercício de positivismo

Noites límpidas sem vento.
Fazer os enfeites de Natal.
Perder-me em papelarias com materiais para manualidades.
Lareira acesa e a casa serena.

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Crónicas de uma desgraça anunciada

Também por aqui temos um pedaço de estrada que está desaparecer a cada inverno. Toda a gente sabe que mais tarde ou mais cedo, a metade da estrada que falta cair, irá também ela sofrer mais deslizamentos e enquanto as autarquias e IP sacodem a água dos respectivos capotes (má sorte localizar-se precisamente no limite de concelhos), o trânsito vai-se fazendo através de circulação alternada.
Não bastou as lições tiradas de Entre-os-Rios, nem agora de Borba, porque estas coisas só acontecem aos outros até acontecerem connosco. 
Espero sinceramente nunca vir recuperar este post para dizer: estava escrito.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Exercício de positivismo

Castanhas assadas.
Tapas de queijo fresco com ervas e salmão fumado.
Pôr os dedos dentro dos cachos de cabelo do caçula.
A abraço do mais velho à porta da escola.

Os senhores de boina

Aqui é comum avistar-se a silhueta de um senhor de boina aos comandos de um qualquer chaço velho. Normalmente são seniores, já de alguma idade, reflexos lentos. A idade confere-lhes alguma indulgência e por norma não me costumo manifestar. Hoje, na minha curtíssima hora de almoço tive de ir a uma superfície comercial cá do burgo. Na rotunda apanho um destes senhores e cedo-lhe passagem. O senhor de boina avança devagarinho, piscas inexistentes, com toda a calma que qualquer tartaruga consideraria exasperante. Entra à minha frente nos acessos ao parque de estacionamento, prioridade inexistente sobre os demais mas que o senhor de boina considera ter. Ao fim de uns metros pára o carro sem razão aparente, no meio da faixa de rodagem e vejo-lhe agora que olha demoradamente em redor, ora para a esquerda, ora para a direita. E eis senão quando, com uma agilidade que não lhe imaginava, saca de um telemóvel e fica em amena cavaqueira a conversar.
Carro parado.
No meio da estrada.
Ao longe ainda conseguia ouvir " Ò amigo Faísca, que tal vai isso?"